A Casa Cúbica está situada numa pista de estaleiros num subúrbio em South Dublin à beira-mar. O terreno, que nos foi dado ocupava a seção traseira de um longo jardim de uma casa geminada vitoriana. Um grande muro de 3,7m percorre o limite do lote ao sul e uma parede de granito que dá face à pista.
A cliente estava se mudando da casa principal do terreno para o estaleiro. Ela possuía dois requisitos específicos, a casa deveria estar cheia de luz e a sala de estar deveria ter uma dimensão que, de alguma forma, deveria corresponder à mesma da casa que ela estava deixando. Por causa dos grandes muros que circundavam o local, a cliente estudou cuidadosamente o movimento do sol pelo terreno e determinou que os espaços principais devessem ser localizados no primeiro pavimento para pegar luz durante o dia.
Não havia nenhum padrão sub-urbano estabelecido nas redondezas, nenhuma forma compartilhada em qualquer uma das casas que foram construídas esporadicamente ao longo de um período de trinta anos, somente um material era comum, o tijolo. Isso, também, era para ser uma casa de tijolos.
Até a data, uma grande parte dos trabalhos do escritório estava envolvida na construção de ampliações ou reformas em casas de Dublin. Para a construção de uma nova casa libertaram-se de certas restrições composicionais. Isto manifestou num desejo de formalmente abstrair a casa, de fazer isto um simples objeto, uma forma escultural, um cubo colocado em um recinto fechado por muros.
A forma cúbica é revestida de tijolo. As aberturas, cortadas em vidros e forrada em alumínio anodizado, são detalhadas de maneiras iguais, mas em proporções diferentes. A casa tornou-se uma composição de cheios e vazios. A posição e o tamanho das janelas são determinadas pela função, luz ou vista. No térreo, as fileiras de tijolo são metaforicamente cortadas da estrutura do edifício para criar estas largas aberturas, conformando terraços no jardim.
Internamente a marcenaria, que criou as janelas e portas, Iroko se expressa; cobre os pisos e pintam o reboco das paredes, oferecendo um forro neutro para a caixa.
Move-se através dos mais profundos recessos de alumínio para entrar na casa, passando por uma sala generosa que serve os dois dormitórios e quartos auxiliares no térreo, até as escadas que seguem para a sala de estar principal, a “piano nobile”. Os quartos no primeiro pavimento abrem um para o outro. Isto permite que a cliente tenha a liberdade de circunavegar o plano e mover de espaço para espaço, assim como a luz muda durante o dia.
Uma sala interna/externa de azulejos, que será preenchida com plantas, é colocada atrás de telas de vidro internas e abaixo de uma cobertura de vidro deslizante. A sala de estar adjacente é introduzida através de uma série de portas, este grande espaço é iluminado em sua parte principal por uma longa janela em fita que cria uma relação direta ao muro do limite sul. A vista do Templo Crescente e para além do mar é capturada pelo piso por uma abertura zenital, na elevação Oeste.